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Paraguai, um pequeno país com grande potencial exportador

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Com um território que mal ultrapassa 406 mil quilômetros quadrados e pouco mais de 7,6 milhões de habitantes, O potencial de exportação do Paraguai excede o de países muito maiores do continente.

Seu território e população são pequenos se comparados aos de seus vizinhos Argentina, Bolívia e Brasil. Mas, em troca, o Paraguai se destaca por ter uma economia muito estável que cresce a um ritmo constante.

Isto é notável num mundo que ainda não recuperou da pandemia de Covid-19 e que enfrenta agora o aumento dos preços do petróleo e do gás como resultado das sanções europeias e dos Estados Unidos contra a Rússia pela sua intervenção militar na Ucrânia.

Nesta situação, o país conseguiu manter as exportações para os seus clientes tradicionais e até conquistou novos mercados nos últimos dois anos.

Atualmente 41 países recebem produtos do Paraguai, o que demonstra o sucesso comercial de suas empresas públicas e privadas.

Potencial de exportação do Paraguai em números

Antes de continuar a falar sobre o potencial exportador do Paraguai devemos rever alguns números importantes sobre a sua economia.

Em 2021, a República do Paraguai teve um PIB de 40.305 milhões de dólares, o que representa um Produto Interno Bruto per capita de US$ 5.481.

Além disso, iniciou o ano de 2022 com mais de 9,6 mil milhões de dólares nos cofres das suas reservas internacionais e uma dívida pública externa de apenas 11,45 mil milhões de dólares.

Isto coloca a dívida do país dentro de uma margem muito administrável face a acontecimentos futuros imprevistos nos mercados mundiais e no valor das moedas fortes.

Soma-se a isso que até 2022 estima-se que a economia paraguaia crescerá 3,7% e sua inflação permanecerá em torno de 6,5%.

Em relação ao que o país produz, em 2021 o Banco Central do Paraguai indicou que o setor manufatureiro contribui com 20% do PIB, seguido pelo comércio (10%), serviços governamentais (9%)., construção ( 8%) e agricultura (7%),

Outros sectores importantes foram a produção e comercialização de energia hidroeléctrica (7% do PIB), bem como os transportes (4%) e a pecuária (3%). Destacaram-se também o sector financeiro e bancário (6%) e as telecomunicações (3%).

As exportações paraguaias crescem a uma taxa constante

Os números obtidos até agora no século XXI demonstram o grande potencial exportador do Paraguai e o sucesso alcançado nas suas políticas comerciais com o resto do mundo.

Em 2003, as exportações paraguaias atingiram um total de 2,5 mil milhões de dólares, dos quais 50% corresponderam à venda de electricidade a países vizinhos e outros 29% a produtos primários.

As exportações de bens manufaturados de origem agrícola (MOA) ficaram em terceiro lugar, com um percentual de 17%, seguidas pelas de origem industrial (MOI) que atingiram 4%.

Até 2021, as exportações paraguaias aumentaram para 10.547 milhões de dólares, dos quais 47% correspondiam a produtos primários.

Por sua vez, as exportações de produtos manufaturados de origem agrícola (MOA) consolidaram-se em segundo lugar com 26% e as exportações de eletricidade em terceira posição, com 15%.

As exportações de produtos de origem industrial (MOI) ocupam agora a quarta posição, com 10% do total.

Quanto ao destino dos produtos paraguaios, os principais mercados estão localizados no continente americano, Europa e Ásia. Há também intercâmbio com a Austrália, mas até o momento não há exportações diretas para a África.

Liderança na área produtiva

Detalhando as principais exportações paraguaias, temos que este país ocupa o primeiro lugar mundial em exportações de energia limpa, neste caso baseada na geração hidrelétrica.

É também o segundo maior produtor mundial de estévia, um adoçante natural com grande procura, bem como o terceiro maior exportador mundial de erva-mate.

Soma-se a isso que o Paraguai é o quarto maior exportador de soja do mundo e o sexto maior exportador de óleo de soja. Na pecuária, é o oitavo maior exportador de carne bovina.

Um excelente país para fazer negócios

Atualmente o Paraguai lidera o ranking dos países latino-americanos com melhor clima para fazer negócios, seguido pelo Chile, Brasil, Colômbia, Peru e México.

Quanto à facilidade de realização de projetos com investimento nacional ou estrangeiro, o Banco Mundial coloca-o no meio a nível continental junto com o Brasil e a Argentina.

Mas se algo inclina a balança a favor do Paraguai quando se trata de fazer novos negócios, é o seu sistema tributário.

É o país com o sistema tributário mais simples e que oferece mais incentivos ao investimento estrangeiro ou nacional em comparação com qualquer outro no continente.

Por exemplo, o imposto sobre o rendimento, o rendimento pessoal e o IVA são fixados em 10%, enquanto os impostos sobre contribuições mal chegam a 35%. Em comparação, Argentina, Brasil, Chile e Uruguai aplicam impostos que são o triplo dos do Paraguai.

Isto se deve em grande parte às últimas reformas tributárias aplicadas no país, que levaram em conta a importância de atrair capital estrangeiro.

Tanto as empresas como os particulares estrangeiros beneficiam de um regime especial de tributação reduzida que varia entre 10 e 23,5%. Mesmo os impostos não são aplicados ao envio de lucros remetidos às controladoras de empresas estrangeiras.

Acesso a mercados expandidos

Finalmente, devemos mencionar outra condição que sustentou o potencial de exportação do Paraguai até agora no século XXI.

Sendo membro do Mercado Comum do Sul (Mercosul), o Paraguai tem acesso a um mercado ampliadode mais de 260 milhões de consumidores.

No Mercosul, os produtos paraguaios estão isentos de muitas tarifas aplicáveis ​​em outros países membros.

Beneficia também de regimes especiais na importação de matérias-primas, factores de produção agrícolas, bens de capital, telecomunicações ou equipamentos informáticos.

Produtos automotivos fabricados no Paraguai com alto teor de matérias-primas nacionais podem ser exportados para o Mercosul com tarifa de 0%, desde que cada venda não ultrapasse US$ 35 milhões.

Por fim, cabe destacar que o Governo paraguaio lançou um plano estratégico pós-pandemia baseado no aproveitamento do potencial do país. Essas potencialidades são:

  • Alta qualidade de vida a um custo razoável
  • Alta taxa de crescimento populacional
  • Grande disponibilidade de mão de obra treinada
  • Abundância de energia barata
  • Abundância de recursos naturais renováveis
  • Posição privilegiada no Mercosul

A ideia principal deste plano é promover o crescimento ou a reativação de setores-chave para o país, como as indústrias criativas, o turismo, o agronegócio, a indústria ligeira, os serviços profissionais, o setor florestal, a tecnologia da informação e a logística regional.

Concluindo, o Paraguai tem um potencial exportador reconhecido, mas também planos futuros para aproveitá-lo.

Isto sem dúvida colocará o Paraguai em uma posição privilegiada em relação a outras nações onde prevalecem a incerteza política e a falta de um plano econômico pós-pandemia.

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