Alto preço do frete no mundo todo Como isso afeta a logística no Paraguai?

O maior problema que a logística internacional enfrenta hoje é o alto preço do frete , que ameaça a lucratividade das operações de importação e exportação entre a Ásia e o resto do mundo. mundo, incluindo o Paraguai.

Este problema se tornou mais perceptível na esteira da pandemia Covid-19, que causou interrupções na cadeia de produção, distribuição e transporte de mercadorias em todo o mundo.

Mas um elemento-chave nesta situação tem a ver com a chamada “ escassez de contêineres “, cuja causa está relacionada tanto à pandemia quanto ao crescente desequilíbrio na balança comercial entre a China, a Estados Unidos e Europa.

O aumento do custo dos serviços que devem ser contratados no porto de embarque e desembarque de navios, que aumentaram devido ao déficit de mão de obra, também tem muito a ver com isso.

Como consequência, as companhias marítimas aumentaram consideravelmente o valor do frete , a fim de cobrir seus custos operacionais.

E isso começou a influenciar negativamente o preço de muitos produtos e matérias-primas em todos os países do mundo.

Como o aumento do frete influencia a cadeia logística?

Tradicionalmente, o custo do frete de transporte representava apenas uma fração do preço final do produto.

Mas não é necessário apenas transportar o produto final, mas também a matéria-prima para fazê-lo.

As grandes siderúrgicas precisam transportar milhões de toneladas de ferro de outros países para alimentar seus fornos. O mesmo acontece com as produtoras de alumínio, que precisam da bauxita para funcionar.

Também é necessário transportar peças de reposição, maquinários e, finalmente, produtos acabados. E neste momento o custo do transporte aumenta se os contentores são necessários e ainda mais se for feito por via marítima.

Conforme noticiado pelo jornal americano especializado The Wall Street Journal, desde o início da pandemia em março de 2020 até o presente, os preços dos fretes em todo o mundo aumentaram em até 20 vezes seu valor inicial.

A isso deve ser adicionada uma notável falta de mão de obra e suspensões temporárias de operações portuárias e fechamentos de fronteira devido aos surtos de Covid-19 em países produtores como China e Europa.

Isso, por sua vez, limitou severamente a produção de empresas que fabricam bens de consumo, eletrônicos, veículos, maquinário pesado e alimentos.

Em muitos casos, as operações de empresas de transporte terrestre, aéreo e marítimo estão paradas há semanas devido a fechamentos sanitários impostos em alguns países.

Tudo isso, por sua vez, afeta os custos das matérias-primas para os fabricantes e o preço do produto final para os compradores-importadores. Em diversos setores já foi alertado que o frete chegou a custar mais do que o custo de produção da mercadoria.

O problema do contêiner

Um problema que já existia desde 2019 e que se agravou desde o início da pandemia foi a falta de contêineres nos portos de exportação da Ásia e principalmente China, Coreia e Japão.

A razão é que esses contêineres estão represados ​​nos portos dos Estados Unidos e da Europa, onde sua movimentação tem sido retardada por problemas nos serviços de carga e descarga portuária.

No caso dos Estados Unidos, seu notável desequilíbrio comercial com a China havia começado a criar um fluxo unilateral de mercadorias. Milhares de contêineres chegaram aos EUA todas as semanas cheios de carga feita na China, mas muito menos retornou com produtos dos EUA.

Como a movimentação de um contêiner vazio tem um custo que poucos querem arcar, esses equipamentos começaram a se acumular nos portos norte-americanos, causando um problema gravíssimo para as empresas de logística.
Como resultado da pandemia, surgiram problemas adicionais, como aumento do tempo de espera para trazer os navios ao porto , descarga mais lenta e séria falta de motoristas para retirar os contêineres do porto.

Por esse motivo, os contêineres não são esvaziados a tempo de retornar com outras cargas à Ásia e reiniciar o ciclo de transporte.

Que opções as empresas têm para movimentar sua carga marítima?

Muitos especialistas também apontam que desde 2010 o transporte marítimo permanece nas mãos de algumas poderosas companhias marítimas , que se apoderam das principais rotas.

Em um momento em que há falhas de transporte em todo o mundo, muitas empresas são forçadas a pagar taxas mais altas a essas grandes companhias marítimas para ter espaço de carga.

A outra opção é alugar barcos menores, que costumam fazer rotas mais curtas. Isso obriga a utilização de até 2 e 3 navios em vez de apenas um para poder transportar a mesma carga por longas distâncias, tornando a logística de transporte mais cara.

Grandes empresas automotivas, como Toyota e Hyundai, ou distribuidores de produtos no atacado, como Walmart, optaram por contratar seus próprios navios para poder transportar seus produtos de um continente para outro.

De acordo com especialistas, esse problema pode continuar até além do segundo semestre de 2023.

Como essa situação afeta o Paraguai?

Em entrevista ao jornal ABC Color, o presidente do Centro de Importadores do Paraguai, Elzear Salemma, alertou que os preços dos fretes aumentam continuamente em todo o mundo.

O Paraguai não está isento deste problema que atinge todas as nações do mundo e principalmente aquelas que mais dependem do transporte marítimo.

Por isso, tenho considerado que existem muitas possibilidades de que esta situação provoque um aumento da inflação no Paraguai no último trimestre de 2021.

Para ilustrar sua declaração, ele disse que antes da pandemia o custo de trazer um contêiner da China para o Paraguai era de cerca de US $ 4.000. Em março de 2021, esse preço já era superior a US $ 12.000.

No entanto, em setembro de 2021, esse custo subiu para US $ 16.000.

Além disso, há outro problema que torna a logística de importação e exportação muito cara, como o baixo nível dos rios do Paraguai.

Isso torna necessária a mudança dos pontos de carga e descarga de contêineres para completar o trajeto terrestre de ou para Assunção, reduzindo a rentabilidade das operações das empresas paraguaias.

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